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Cândido Rondon: O Marechal que fez história sem ir à guerra

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  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

Por: Maurício Melo de Meneses




Foto: internet/Senado Federal
Foto: internet/Senado Federal

Cândido Mariano da Silva Rondon ocupa um lugar singular na história militar e civil do

Brasil. Diferentemente de muitos que atingiram a patente de marechal por feitos em

combate, ele jamais esteve em uma guerra. A sua promoção, concedida em 1955, foi um

reconhecimento a décadas de dedicação à exploração do território nacional, à comunicação

estratégica e à proteção dos povos indígenas.


Ainda jovem, Rondon ingressou no Exército em 1884 e formou-se na engenharia militar. No

final do século XIX e início do XX, destacou-se pela instalação de linhas telegráficas no

interior do Brasil, conectando regiões isoladas. Sua missão vai além da infraestrutura de

comunicação: envolve exploração geográfica e contato pacífico com comunidades

indígenas. Convicto de que a integração nacional deveria ocorrer sem violência,

desenvolveu o lema: "Morrer se for preciso, matar nunca" , que guiou sua relação

respeitosa com os povos originários.


Reconhecimento e Ascensão


O impacto do seu trabalho foi extremamente reconhecido. Em 1910, ajudou a fundar o

Serviço de Proteção aos Índios (SPI), precursor da Funai, e liderou, anos depois, a famosa

Expedição Rondon-Roosevelt, ao lado do ex-presidente norte-americano Theodore

Roosevelt, em uma das mais desafiadoras explorações da Amazônia.


Recebeu em 1955, a mais alta patente do Exército por decreto presidencial. No dia 5 de

maio daquele ano, compareceu ao Congresso Nacional para uma cerimônia especial em

sua homenagem, onde foi agraciado - na presença de parlamentares e as mais altas

autoridades do país - com a comenda da Ordem do Mérito Militar e oficialmente promovido

a marechal com 100% dos votos dos congressistas. O evento reuniu parlamentares e

autoridades que destacaram sua importância para a interiorização do Brasil e a criação do

Parque Indígena do Xingu, um marco na defesa dos povos indígenas.




Aos 90 anos e debilitado, Rondon foi ovacionado pelo público presente, consolidando-se

como um dos maiores exemplos de dedicação ao país. Sua trajetória prova que a grandeza

militar não se mede apenas pelas batalhas travadas no campo de guerra, mas também pela

conquista da importação do território, pela inclusão dos indígenas e pela construção de um

Brasil mais unido. Seu legado permanece vivo e inspira gerações.



Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon - O Marechal da paz - Ed. Mackenzie


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