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Afinal, por que Marechal Rondon foi tão importante para o Brasil?

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  • 28 de abr.
  • 3 min de leitura

Por: Maurício Melo de Meneses



Imagem retirada da internet
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Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon foi um dos personagens

mais importantes da história do Brasil, especialmente no que se refere à integridade do

território nacional e à proteção dos povos indígenas. Nascido em 1865, no Mato Grosso,

ele dedicou sua vida à exploração de regiões desconhecidas do país, à construção de

infraestruturas de comunicação e à defesa dos direitos dos povos originários.


Desbravador e Comunicador


Uma das principais contribuições de Rondon foi sua atuação na expansão das linhas

telegráficas pelo interior do Brasil. Como engenheiro militar, liderou expedições para instalar

linhas de telégrafo em áreas remotas, garantindo a comunicação entre regiões isoladas e o

restante do país. Esse esforço foi essencial para a integração nacional, facilitando a

administração do território e o desenvolvimento de comunidades afastadas dos grandes

centros urbanos.


Defensor dos Povos Indígenas


Ao contrário de muitos exploradores da época, Rondon acreditava que o contato com os

povos indígenas deveria ser pacífico e respeitoso. Seu lema "Morrer se for preciso, matar

nunca" exemplificava sua abordagem humanitária e seu compromisso com a proteção

dessas populações. Ele foi o primeiro diretor do Serviço de Proteção aos Índios (SPI),


precursor da atual Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), e ajudou a criar

políticas públicas para evitar o extermínio e a marginalização das tribos indígenas.


Mapeamento e Integração Territorial


As expedições de Rondon também foram cruciais para o mapeamento de territórios

desconhecidos e para a delimitação de fronteiras. Ele liderou missões que desbravaram a

Amazônia e o Pantanal, contribuindo significativamente para a cartografia do Brasil. Seu

trabalho auxiliou a consolidação da soberania nacional sobre regiões estratégicas e

possibilitou a exploração sustentável de recursos naturais.


Parceria com Theodore Roosevelt


A Expedição Roosevelt-Rondon foi um marco não apenas para a carreira de Marechal

Cândido Rondon, mas também para a história da exploração científica da Amazônia. Em

1913, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que foi presidente de

1901 a 1909, veio ao Brasil. Ele queria uma aventura desafiadora e encontrou em Rondon o

parceiro ideal para explorar uma das áreas mais inóspitas do território brasileiro.

A jornada começou com o objetivo de mapear e documentar o Rio da Dúvida, um curso

d'água desconhecido que cruzava os estados de MT, RO e AM. A expedição enfrentou

condições extremas: doenças tropicais, ataques de insetos, fome e exaustão. Durante a

travessia, Roosevelt contraiu uma infecção grave e chegou a beirar a morte. Se não fosse

pela resistência e liderança de Rondon, ele provavelmente não teria sobrevivido.

Além dos riscos físicos, a expedição teve um impacto científico e geopolítico significativo. O

mapeamento do Rio da Dúvida, que posteriormente foi renomeado Rio Roosevelt,

contribuiu para o conhecimento geográfico da Amazônia. A presença de Roosevelt também

ajudou a projetar o Brasil internacionalmente.


Legado Duradouro


O impacto de Marechal Rondon ultrapassa sua época. Seu nome foi imortalizado em

diversos lugares, incluindo o estado de Rondônia, criado em sua homenagem. Sua trajetória

foi extremamente reconhecida, sendo o responsável pela demarcação do Meridiano 52W -

O 3o Congresso Internacional de História da Ciência aprovou a denominação honorária de

"Meridiano Rondon" para o meridiano 52W. Com essa homenagem, Marechal Rondon se

torna a única personalidade a dar nome a um meridiano, além de Greenwich, reforçando

seu legado na cartografia e na exploração do território brasileiro, além de ter recebido

prêmios e condecorações nacionais e internacionais. Seu nome batiza cidades, rodovias,

um aeroporto e instituições, refletindo sua importância para o Brasil. Rondon foi indicado por

três vezes ao Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento por sua incansável defesa dos

povos indígenas e por sua atuação na integração do território nacional de forma de

importação e estratégica. Seu trabalho influenciou políticas indigenistas e de

desenvolvimento, moldando o Brasil ao longo do século XX. Sua luta pela preservação e

pelos direitos dos povos originários ainda serve de referência para debates contemporâneos

sobre desenvolvimento ambiental sustentável e inclusão social.

Marechal Rondon não foi apenas um explorador ou um militar; foi um verdadeiro arquiteto

da integração nacional e um defensor incansável das minorias. Seu legado segue vivo,

lembrando ao Brasil a importância do respeito às suas raízes e da valorização de sua

diversidade cultural e ambiental.


Diante de tudo que Rondon fez, é inegável que sua contribuição para o Brasil foi gigantesca

e fundamental. Sua visão de progresso aliada à cultura e ao meio ambiente é um exemplo

a ser seguido ainda nos dias de hoje. Em tempos de desafios relacionados à preservação

da Amazônia e aos direitos indígenas, a postura humanitária e estratégica de Rondon

continua sendo uma referência indispensável. Valorizar seu legado é garantir que o

desenvolvimento do Brasil ocorra de forma justa e sustentável, respeitando aqueles que há

séculos habitam nossas terras e reconhecendo a riqueza de nossa diversidade.


Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon - O Marechal da paz - Ed. Mackenzie


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