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Marechal Rondon e a Proclamação da República: umcapítulo da história brasileira

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    socialmentestudio
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

Por: Maurício Melo de Meneses




Imagem retirada da revista Manchete
Imagem retirada da revista Manchete

A Proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889, marcou uma mudança

crucial no regime político do país, substituindo a monarquia de Dom Pedro II por um

governo republicano. Entre os nomes envolvidos nesse processo está o do então jovem

militar Cândido Mariano da Silva Rondon, mais tarde conhecido como Marechal Rondon,

uma figura essencial na construção da identidade republicana brasileira. Rondon também

se inspirou no legado de Benjamin Constant. Embora Cândido Rondon não tenha sido aluno

direto de Constant, a influência do pensador positivista em sua formação intelectual e moral

foi profunda e duradoura. Rondon adotou com fervor os princípios do positivismo

propagados por Constant, especialmente a valorização da ciência, da ordem e do respeito à

dignidade humana. Para ele, Benjamin Constant era mais do que uma figura histórica: era

um modelo de conduta ética e cívica. A famosa frase atribuída a Rondon — “Morrer é fácil,

difícil é seguir a linha de conduta de Benjamin Constant” — sintetiza o grau de admiração e

comprometimento com os ideais herdados daquele que, embora distante no tempo, foi um

verdadeiro mestre em espírito.

Participação na Proclamação


Na imagem que acompanha este artigo, vemos uma representação artística do momento

em que os militares tomam as ruas, simbolizando a ruptura com o regime monárquico.

Embora Rondon não tenha sido uma das figuras centrais como Marechal Deodoro da

Fonseca, ele era um dos oficiais do Exército presentes no contexto do movimento militar

que levou à deposição do imperador.

Rondon, à época um jovem oficial, apoiou ativamente o movimento republicano dentro do

Exército. Sua postura firme e alinhada com os ideais do novo regime lhe rendeu

reconhecimento imediato: foi promovido a primeiro-tenente logo após a proclamação. Essa

ascensão na hierarquia militar marcou o início de uma trajetória brilhante e repleta de

grandes responsabilidades. Já no ano seguinte, foi designado para sua primeira missão de

grande porte — uma etapa que iniciaria sua profunda ligação com a integração nacional e

os povos indígenas.


Um Republicano Convicto


Rondon era conhecido por seu idealismo republicano, influenciado pelas ideias positivistas

do filósofo francês Auguste Comte, muito difundidas no Exército brasileiro do final do século

XIX. Essa corrente filosófica defendia a ordem, o progresso e um governo baseado na

ciência e na racionalidade, valores que inspiraram inclusive o lema da bandeira nacional:

“Ordem e Progresso”.


Após a Proclamação da República, Rondon teve uma carreira brilhante como militar,

engenheiro e sertanista. Seu maior legado veio anos depois, com suas expedições para

integrar o território nacional, levando linhas telegráficas ao interior do Brasil e estabelecendo

contato pacífico com povos indígenas. Seu lema “Morrer se preciso for, matar nunca” é

símbolo de sua postura humanista e conciliadora, valores que reforçavam os ideais

republicanos de unidade e civilidade.


Em reconhecimento à sua dedicação à pátria e à paz com os povos originários, Rondon foi

promovido a Marechal com 100% dos votos no Congresso Nacional e tornou-se um dos

heróis mais respeitados da história brasileira. Sua trajetória mostra como a República não

foi construída apenas por atos militares, mas também por ações concretas de integração e

respeito à diversidade cultural do Brasil.


Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon - O Marechal da paz - Ed. Mackenzie


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