Marechal Rondon: Um Grande Sertanista Brasileiro
- socialmentestudio
- 28 de abr.
- 2 min de leitura
Por: Maurício Melo de Meneses

Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon é, sem dúvida, uma das figuras mais
emblemáticas da história do Brasil, especialmente no que diz respeito à exploração do
interior do país e à defesa dos povos indígenas. Nascido em 5 de maio de 1865, em Mato
Grosso, Rondon ficou conhecido por seu papel fundamental na integração do território
nacional, ao mesmo tempo em que se destacou por uma postura inédita de respeito às
culturas indígenas.
Desbravador dos Sertões
Rondon dedicou boa parte de sua vida à exploração das regiões mais remotas do Brasil.
Como engenheiro militar, foi responsável por missões de extrema complexidade, como a
instalação de linhas telegráficas ligando o centro-oeste ao norte do país, bem como outras
regiões. Essas missões exigiam conhecimento técnico, resistência física e uma notável
capacidade de lidar com ambientes hostis e desconhecidos.
Durante essas expedições, Rondon mapeou territórios, abriu caminhos e promoveu o
contato com diversos povos indígenas, contribuindo de forma decisiva para o conhecimento
geográfico e etnográfico do Brasil. Seu trabalho foi essencial para a consolidação da
soberania nacional sobre vastas áreas que, até então, estavam praticamente isoladas do
resto do país.
Respeito e Proteção aos Povos Indígenas
O que torna Rondon ainda mais admirável como sertanista é sua postura humanista e ética
diante dos povos originários. Em uma época em que predominavam atitudes autoritárias
nas relações com os povos indígenas, Rondon adotou como lema a frase: “Morrer, se
preciso for; matar, nunca.”
Ele acreditava que o contato com os povos indígenas deveria ser feito de maneira pacífica,
com respeito à sua cultura, costumes e território. Sua atuação resultou na criação do
Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em 1910 — órgão precursor da atual Fundação
Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). Isso mostra sua visão à frente do tempo,
reconhecendo os direitos dos povos indígenas quando a maioria da sociedade os via com
preconceito e descaso.
O legado de Marechal Rondon vai além das fronteiras físicas que ajudou a traçar. Ele
deixou um exemplo de ética, coragem e empatia. Sua atuação como sertanista influenciou
gerações de antropólogos, indigenistas, geógrafos e historiadores. Em reconhecimento à
sua importância, o estado de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem, e ele foi o
primeiro brasileiro a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
Marechal Rondon foi um grande sertanista brasileiro não apenas por suas contribuições à
geografia e integração territorial do país, mas principalmente por sua postura visionária e
respeitosa em relação aos povos indígenas. Sua vida é um símbolo da luta por um Brasil
mais justo, inclusivo e conhecedor de suas próprias raízes.
Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon - O Marechal da paz - Ed. Mackenzie
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